sábado, 2 de setembro de 2017

Capítulo 19: Portland e Seattle (Oregon e Washington)

West coast is the best coast


E aí galera! Como vocês tão? 

Tô aqui fazendo mais um post para contar o restante das minhas últimas férias a qual eu fui para Oregon, Seattle e Alasca, e com isso completei 35 estados visitados nos EUA.

Não, não foi fácil fazer tudo isso em apenas um ano e meio sendo Au Pair no país e ganhando apenas US$ 195,75 por semana, mas com esforço e com o foco de conhecer novos lugares, tudo fica mais fácil, mas agora eu pretendo não viajar para outros estados e apenas explorar a Califórnia, talvez voltar para o Alasca e ir para o Havaí, mas isso é papo para outro post. :-)

Como já citei, antes de ir para o Alasca eu resolvi também ir para Portland e Seattle.

Sorvete + Monte Rainier ao fundo
Eu tive muita dúvida de como faria isso já que teria que pensar em dois finais de semana para fazer essas cidades, foi aí que decidi viajar para elas na semana que eu teria off, antes de ir para o Alasca.

Valeu a pena fazer os dois destinos juntos. Como eu e a Mari estávamos apenas na companhia uma da outra, foi muito fácil fazer tudo o que  a gente queria - e até fizemos mais do que imaginamos!

Se você tiver a chance de fazer ambas em um feriado, eu recomendo, o único "arrependimento" que tive foi não ter tido mais tempo no Alasca, mas isso foi um pensamento particular, mas de qualquer modo super valorizo minha viagem já que aproveitei ao máximo e do melhor jeito minha estadia em Portland e Seattle.

Multnomah Falls
Eu reservei quase tudo pelo meu cartão de crédito Discover, o qual é meu braço direito nessa vida de viajante. Se você quiser convite para aplica-lo e saber como fazer isso, fala comigo pelo meu Instagram! (@janaboracini)

E falando em Instagram, queria lembrar que fiz uma conta apenas com fotos e dicas de viagens. Não esqueçam de me seguir. 🙂 (@alemdopassaporte)

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Agora voltando a falar da minha trip...

Peguei um avião de San Francisco até Portland. Para mim a passagem foi bem barata (cerca de US$ 69), mas a estadia na cidade foi a mais cara do nosso percurso. Ficamos no HI Hostel e ele custou US$ 37 a noite + taxas - Oregon não tem taxa, mas o hostel tinha taxa de limpeza e sei lá mais algumas outras coisas. O hostel era super bom, mesmo sendo caro. Não tenho nada para reclamar. O café da manhã era ótimo, o pessoal que trabalha lá era super prestativo, tudo era limpo e organizado.


Portland é uma cidade peculiar. Ela é super calma, mas tem seus pontos mais interessantes. 

Eu gostei muito das pontes da cidade. Todas são muito antigas e dão um clima rústico ao lugar. O pessoal é meio weird. Achei que ela tem muito homeless, mas a impressão que eu tive é que alguns são homeless por opção. 

Tudo lá é bem dividido, então não há muito trânsito e nem grandes multidões.


Ficamos lá sábado e domingo. No sábado andamos pela cidade toda. Fizemos tudo a pé, sim. Como já mencionei antes, o fato de eu estar apenas com uma amiga comigo fez com que o tempo fosse muito bem usado. 

Nossos principais pontos foram o Lan Su Chinese Garden (US$ 10), que é um dos jardins mais semelhante aos jardins chineses da China, o Waterfront Park, o Saturday Market, a Courthouse, a Powells Bookstore (acho que vou a livraria maior que eu já entrei), o Japanese Garden (fomos na parte das rosas, que é de graça), e a Pittock Mansion (e de lá você tem uma visão linda da cidade, mas quando estávamos lá o tempo tava bem nublado, então não conseguimos ver nenhum dos montes, mas quando o tempo está aberto uma das vistas principais é o Monte Hood). 


Lan Su



Pittock Mansion

Japanese Garden
Fomos aos dois últimos pontos de carro com nossa amiga Thaís (mas dá pra fazer eles de ônibus). Realmente, o dia rendeu bastante! Até visitamos o menor jardim do mundo (sim, está no Guiness book, haha), o Mills End Park (na verdade ele não é nada demais, é só um arbustinho com umas fadinhas, mas achei fofo e nos rendeu boas risadas).

É isso... lol
A noite fomos a uma tacaria chamada Cha-Cha-Cha e eu tomei uma cerveja da região (como sempre). Queríamos ir para um pub, mas a gente tava com tanta cara de acabada que não tivemos coragem, mas todo mundo diz que a noite local é beeeem legal! E nós conseguimos sentir isso! 

No nosso segundo dia fomos para o Aerial Tram e para a Portlandia - andando. Na verdade a gente já não tinha muito mais o que fazer, mas mesmo assim fomos bater perna, claro.

Portlandia, a estátua que protege a cidade
O Aerial Tram é meio distante, mas conseguimos chegar lá sem maiores complicações. Fomos caminhando pelo Waterfront Park e foi bem legal. 

Lá de cima você consegue ver tudo! Portanto, se você quiser ter uma vista ampla da paisagem, vá! Ele custou US$ 4.70 round trip.



Ah! E se você tiver a chance e gostar de donuts, vá ao Voodoo Doughnut. Eu fui nele em Austin, mas a loja é originalmente de Portland e os donuts são bem gostosos.

À tarde nossa amiga Thaís nos encontrou novamente e partimos para a Multnomah Falls. Lá foi onde o filme A Cabana foi gravado. Toda a paisagem é de tirar o fôlego. Fizemos uma hike de cerca de 40 min - 1 hora até o topo da cachoeira. Também fomos a outro lugar ali perto chamado Cascade Locks, onde também tem uma trilha pelo rio, mas não a fizemos porque o clima não tava super quente e não tínhamos outra troca de roupa conosco.



Passamos a tarde lá e então descansamos à noite para partimos de manhã para Seattle e ficarmos segunda e terça. 

Nosso meio de transporte foi o trem Amtrak, o qual eu já havia pego na minha ida de Chicago (Illinois) à Austin (Texas) e você pode ver mais detalhe desse percurso no post que eu fiz nesse link aqui.


O trem que pegamos não era tão grande quanto o que eu peguei há um ano, afinal, dessa vez a viagem durava só 4h. O valor foi US$ 24.

A vista do trem foi deslumbrante! Na região de Oregon passamos por muita vegetação, então não tinha muita coisa diferente, mas ao chegarmos mais perto da divisa com Washington tudo ficou lindo demais!


Esses velhinhos foram praticamente meus modelos, rs
Ao chegarmos na tão esperada Seattle, minha grande amiga Giovana, que eu já tinha viajado junto antes na east coast (para ver o post da nossa viagem de New Jersey à Massachusetts, parando também em Connecticut e Rhode Island, clique aqui, e para ver nossa viagem pela Virgínia e West Virginia clique aqui), foi buscar a gente na estação de trem, assim pudemos nos rever após um ano e matarmos a saudade.

Fomos ao Pier 55, ao Pike Market e ao primeiro Starbucks. Tiramos várias fotos com a Seattle Great Wheel e andamos pelo market que tem várias lojas de comidas locais e crafts. Muito bom!





Achei as coisas bem próximas uma da outra e foi fácil se locomover. 

Quando a Gi teve que ir embora, eu e a Mari fomos para nosso Hostel, que eu inclusive super recomendo! Ficamos no Seattle City Hostel, na 2nd avenue, uma localização perfeita! Entre o Pike Market e o Space Needle, e também bem próximo de downtown. Super bem organizado e enorme! Fomos bem atendidas e nossa estadia foi US$ 33/noite.


Em um dia fizemos muita coisa andando: voltamos ao Pike Market, entramos em várias lojas (inclusive lojas de vinil, afinal, Seattle é conhecida por ser o berço de várias bandas iradas, como Pearl Jam e Nirvana), fomos à Gum Wall (bem próxima do Market), entramos no primeiro Starbucks, tomamos um sorvete nas redondezas, caminhamos pela baía até o Sculpture Park, descansamos por lá e depois seguimos para o Kerry Park para finalizar o dia vendo o por do sol.



DICA: se você quiser ir ao Starbucks, vá um pouco antes de ele fechar, por volta das 19:30, pois esse horário a fila é bem pequena. Se você for durante a tarde ou manhã ficará pelo menos 20 minutos esperando. 




Lembro que demos cerca de 30 mil passos nesse dia! 

À noite encontramos outra amiga nossa, a Monique, e tomamos uma cerveja num bar super underground (adoooro) na 2nd avenue, muito próximo do nosso Hostel. 

Nosso plano para o dia seguinte era subir o Space Needle, e a dica preciosa que eu dou a vocês é para irem de manhã, antes das 10h, pois os ingressos são US$ 10 mais baratos! O valor de manhã é US$ 19, e à tarde é US$ 29.



Foto que o Space Needle te dá na sua visita, e é GRATUITA


O que eu achei? Não é muito diferente dos outros observatórios que já fui. Pra ser bem sincera não o achei muito interessante. O que mais me agradou é que lá de cima dava pra ver melhor as montanhas e montes, coisa que eu não tinha visto em nenhum dos outros observatórios que já tinha ido. E a arquitetura dele por fora é bem bonita. Não me arrependi de ter subido, mas não acho que seja um must do.

Depois do Space Needle pegamos um ônibus (pois era impossível ir andando) e fomos para o Fremont District ver o Fremont Troll.

"Saiam da minha foto, crianças!"
A rota do ônibus foi bem fácil e barata. Gastamos US$ 2.50, apenas. Depois de vermos o troll andamos pela região e decidimos seguir para o Gas Works Park que eu gostei MUITO!!!! Foi uma das melhores vistas da cidade, na minha opinião, e o parque tem um clima meio rústico pelos canos de gás nele. Acho que esse é um local que vocês deveriam ir.



De lá pedimos um Uber e seguimos para a região Capitol Hill almoçar. O bairro é LGBT e tem vários cafés, restaurantes e bares. Muito alternativo e aberto a todas as pessoas. 

Esse foi um dos últimos lugares que visitamos pois resolvemos passar a noite descansando para, assim, acordarmos cedo e pegarmos um voo às 6:00 (sofrido!) para Anchorage. 

Nossa noite foi pela região do Hostel, que eu repito, era muito boa! Um quarteirão depois de onde estávamos se encontra a Seattle Greeting Wall (clichê de quase todas as cidades americanas) e o bar The Crocodile, onde grandes artistas, como o Nirvana, REM e Yoko Ono tocaram.


Fomos ao bar e o clima é super punk rock. Me senti na minha pré adolescência quando ia em shows de hardcore em São Paulo. Não ficamos por lá porque ia ter um show à noite e teríamos que pagar para assistir, além disso, não nos sentimos punk o suficiente ao ponto de permanecermos com a galera usando maquiagem super forte, moicano, cabelo colorido e roupa punk, haha.


Entramos em mais alguns outros bares, tomamos mais cervejas do estado de Washington e nos despedimos dessa cidade deslumbrante. 

DICA: pra quem curte música, o museu MoPOP parece ser demais. Eu não fui porque visitei o Rock and Roll Hall of Fame em Cleveland, Ohio (para ler o post sobre ele e assistir ao meu vlog, clique aqui e aqui) e achei que nada o superaria (e eu posso estar enganada, mas enfim), mas se você não foi e gosta de história da música e de várias bandas, eu recomendo. Os ingressos custam US$ 31 se comprados pela internet e US$ 33 comprados no próprio museu. 

Ao todo nesse trecho da viagem gastei cerca de US$250 - US$ 300 (+ passagem para o Alasca, que custou cerca de US$ 100), mas os gastos maiores foram com estadias, principalmente em Portland. O restante foi com transporte, comida, souvenirs (amooooo) e atrações. 

Espero ter contribuído para as ideias de trip de vocês! Qualquer coisa podem falar comigo pelos comentários, pelo Instagram do blog (@alemdopassaporte) ou pela página do facebook (/alemdopassaporte). 🙂

Valeu!!

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Capítulo 18: The last frontier (Alasca)

The last frontier welcomes you 


Essa ultima semana eu tirei outra semana de férias e completei a west coast de um jeito muito especial. 

Montanhas, rios, lagos, florestas, animais e chuva. Alasca, foi pra lá que eu fui.

Meu objetivo desde quando cheguei nos EUA era ir para o Alasca, mas sempre adiei isso pelo fato de não saber nem por onde começar (e ainda tenho dificuldades com isso pois sei que nunca vou sentir que fiz tudo o que podia naquele lugar. Agora minha sensação pós viagem é agridoce, mas pretendo voltar para mudar isso).

Pensei muito em quando e como ir pra lá, então meus hosts avisaram que tirariam uma semana off em agosto e eu resolvi pegar essa oportunidade, mas como não sabia se iria sozinha ou não, eu resolvi fazer Portland e Seattle na mesma semana já que eram cidades que eu também queria conhecer e que eu sabia que não valeria a pena ir pra elas separadamente (farei um post sobre essa parte da trip depois).



Ademais, preciso dizer que a ansiedade tá batendo na minha porta já que tenho só mais sete meses nos Estados Unidos e outras prioridades até voltar para o Brasil, por isso resolvi já riscar esses destinos primordiais da minha lista.

Resolvi ficar dois dias em Portland, dois dias em Seattle e quatro dias no Alasca (um dia e meio em Anchorage, um dia e meio no Denali e mais um dia e meio em Fairbanks). 

OBS: esse post é muito mais sobre como eu me senti durante a viagem do que sobre ela em si pois eu acho que essa foi a maior questão do meu percurso. 

Primeiramente, quando meu avião chegou em Anchorage eu me senti entrando em outra galáxia: peguei o voo partindo de Seattle e lá o sol tava de rachar, um céu lindo! Quando o avião começou a descer em Anchorage as nuvens ficaram escuras, começou a chover e a janela do avião ficou com gelo. Pensei "bem vindo ao incontrolável".



Assim que saímos do aeroporto, pegamos um ônibus para o hostel e fomos deixar nossas coisas lá. 

Ficamos no Spenard hostel por US$ 33 a noite, e de lá fomos para downtown. 

Há mais alguns hostels na cidade e, pelo que eu vi, acomodação não é difícil e nem cara. O pessoal do hostel foi super acolhedor e parecia uma casa onde você fazia parte de uma grande família.



Nosso objetivo naquele dia era andar por downtown, ir em parques ver as montanhas ao fundo da city e comprar souvenirs, mas isso foi meio falho porque ainda chovia, então não fizemos nenhum parque em downtown e ficamos molhadas com a chuva. 

Por volta das 14h fomos para a locadora e pegamos o carro. O problema principal é que o carro sairia super caro pra nós já que eu e a Mari (minha única companheira dessa trip) temos 24 anos e que com isso há seguro, taxa de menor de 25 anos e a palhaçada toda no valor. Pegamos o carro por dois dias e ficou em US$ 277. Gastamos cerca de US$ 45 de gasolina. Se você tiver mais de 25 anos economizará cerca de US$ 25 por dia.

Dirigimos pela Alaska Highway 1 e fomos para o Alaska Wildlife Conservation Center (US$ 15), um lugar onde há vários animais típicos do Norte que foram encontrados em armadilhas, machucados ou ainda bebês sem a mãe. 





Para mim, ver um alce de perto foi uma das melhores coisas do mundo! Algo totalmente diferente do que já vi. Além disso, lá havia vários outros animais: bizões, caribous, renas, porco espinho, ursos, raposas... 

Ficamos no Conservation Center por muito tempo pois conversamos com alguma pessoas sobre os animais e os assistimos bastante.



Ainda chovia, mas mesmo assim, antes de chegar nesse lugar, paramos em um Beluga point, onde algumas baleias belugas passam de vez em quando. Não vimos nenhuma (porque né, elas não vem pra borda - são wiiiiiild) mas o lugar era lindo! A paisagem também era incrível, mesmo nublada.




Depois disso seguimos para a Flattop mountain para fazer uma trilha, mas, ao chegarmos no topo da parte de carro e na parte que precisamos começar a andar: mais chuva. Ficamos lá por algum tempo mesmo assim mas não entramos na trilha já que a previsão era de tempestade por algumas horas, e aí resolvemos ir no Walmart comprar o que precisávamos para nosso acampamento.

Sim! No segundo dia de viagem acordamos cedo e partimos para o Denali National Park acampar por uma noite! Ele fica a 2h de Anchorage, mas a parte de visitantes leva 4h. A vista do caminho, mais uma vez, foi incrível. Não sentimos que a viagem foi longa e vimos coisas que jamais haveríamos visto antes: montanhas com mata, sem mata, rochosas, queimadas, com geleira, sem geleira, altas e baixas... queríamos tentar ver a aurora boreal do acampamento e sentir a vibe do lugar. Alugamos barraca e colchonete por US$ 23, levamos nosso próprio saco de dormir e o campsite foi US$ 25 para duas pessoas.





Dois mulherão da porra!
A primeira coisa que fizemos depois de pegar os equipamentos alugados foi seguir para a cidade de Healy e ver o ônibus do filme Into the Wild (o famoso Magic Bus), filme que me inspirou a largar tudo no Brasil e tentar algo novo (por isso o Alasca era tão importante para mim).







NOTA IMPORTANTE QUE MUITA GENTE NÃO SABE: esse é o ônibus fictício, uma réplica do original. NÃO, NÃO DA PARA VER O ORIGINAL FACILMENTE. 
Porquê: você tem um bom condicionamento físico? Você tem equipamento de acampamento na natureza? Você tem senso de sobrevivência e direção? Porque é isso o mínimo que precisa para chegar no ônibus real. Ele fica na Stampede trail, cerca de 15 milhas parque adentro, inacessível de carro. No verão, o rio Shoshana, que passa pela trilha, é tão forte que é quase impossível cruzá-lo. No inverno é mais fácil, mas muito frio. São cerca de 3 dias de hiking e acampamento NA NATUREZA SELVAGEM. Então não, você não vai fazer isso simples assim.

Anyways... o ônibus-réplica tem uma vibe muito boa e imagino que seja bem mais conservado que o original que, infelizmente, ficou muito degradado com os anos (ele tá na trilha há décadas). Dentro do ônibus que eu fui tem um resumo da aventura do Chris McCandles, que viveu nesse ônibus sozinho por três meses. Foi uma experiência impagável! 




Depois disso voltamos para o acampamento, armamos nossa barraca e fomos para as trilhas do parque.




NOTA: o Alasca é da natureza, não do ser humano. O parque é enorme, mas só é acessível ao público até sua milha 15. Depois disso você pode ir até a milha 54 com tours do próprio parque. Eles variam de US$ 50 a US$ 200 dólares e não duram menos de 6 horas. Escolhemos fazer trilhas por conta  e fizemos três de nível básico/intermediário: Horseshoe lake, Roadside trail e Tanana river trail. Também fomos até o local que os cachorros que puxam o trenó ficam, na Dog Kennels (não vimos a demonstração - e eu morro de dó - mas vimos os dogs) e dirigimos por mais algum tempo ao redor da região.

O por do sol era as 22:00 e o amanhecer as 5:30, então eu sempre sentia que deveria estar fazendo algo, mesmo cansada, o que eu achei muito difícil porque tive a sensação constante de não estar fazendo o suficiente. 

A parte da noite: AURORA BOREAL. Rolou? Mais ou menos. A probabilidade dela aparecer era de 50%, mas estava chovendo e geando, o céu muito nublado. 

Coloquei meu celular pra despertar as 00h, 2h e 3h30. 

Não saí da barraca para tentar encará-la pois entraria ar gelado e seria difícil para dormir depois. Além disso eu tava com muito frio porque a temperatura era de 0 graus celsius (sim, no verão). 

Eu achei o céu mais bonito que o normal para um dia chuvoso. Mesmo a noite, ele tava mais claro, mas não vi nenhuma luz colorida.

Acordamos e tomamos café da manhã no acampamento, então as 9h devolvemos os equipamentos e dirigimos de volta para Anchorage para devolver o carro. 

Adivinhem? Chuva! Nosso objetivo era parar em alguns pontos do sul do Denali para tirar foto e apreciar, mas a visibilidade não era das melhores, então seguimos dirigindo e mesmo assim a vista da estrada foi linda. 

Entregamos o carro e seguimos para o aeroporto para irmos à Fairbanks. 

PORQUE NÃO FOMOS PARA FAIRBANKS DE CARRO E NÃO DEIXAMOS O CARRO LÁ: havia uma taxa de US$ 350 para entregamos em outro lugar que não fosse o da retirada dele. PELO AMOR, NÉ. Compensou voltar e pegar outro avião, e a passagem custou US$ 79.

Fomos surpreendidas porque, na verdade, o voo para Fairbanks era um táxi aéreo! Não tinha que passar pela segurança para entrar no avião e nem nada. O voo não tinha mais de 30 pessoas, tinha só uma aeromoça com tudo a bordo (cookie, suco, refrigerante, cerveja...) e o avião era esse: 



Me senti em uma primeira classe.

O voo atrasou uma hora. Na hora que voamos me senti em um lugar especial. Esse tipo de avião não vai tão alto quanto os outros e conseguimos ver o Alasca bem de cima. 

Nosso hostel em Fairbanks foi o 9th avenue hostel e custou US$ 30. Meu plano era tentar ver a aurora de novo, mas adivinhem? Chuva! (Puta que pariu, Polo Norte). A questão é: a maldita estava ativa novamente, mas como tava chovendo e nublado não conseguimos vê-la. Olhei pela janela do quarto e me senti confusa porque o céu fica mais claro por muito tempo nessa época do ano, mas não vi nada que achei demais, porém uma uber que pegamos no dia seguinte disse que a viu perto do aeroporto em um horário incomum pro verão: às 23h, apenas uma hora depois do por do sol. 

Whatever... novo dia e lá estamos nós em Fairbanks. A cidade não tem nada de super interessante. Ela é campo de força aérea. Não há prédios e ela é totalmente plana. Não há paisagem bonita ao redor. É preciso dirigir para chegar em montanhas e lagos. Esse era nosso último dia de viagem. 

Fomos para a cidade do Polo Norte (20 minutos de lá) visitar a casa do Papai Noel. No caminho para lá, no ônibus, conhecemos um esquimó!  Sim. Um esquimó real oficial. 



Ele perguntou que língua eu e a Mari estávamos falando. Quando dissemos que era português ele pareceu não entender ou saber que língua era essa. Ele tinha um sotaque estranho e eu falei pra Mari "ele parece muito um esquimó", e dito e feito, uns minutos depois ele disse "a propósito, eu sou um esquimó". Ficamos muito animadas de estar conhecendo um assim, na maior naturalidade.

Batemos uma papinho e ele falou umas palavras em esquimoses (ou seja lá o nome da língua). É algo muito diferente de tudo que já ouvi. Ele mora no Arctic Circle e estava no Polo Norte durante o dia.

Enfim... nos despedimos do nosso novo amiguinho e chegamos na casa do Papai Noel. Quem gosta de natal adora lá. Tem o Papai Noel super noelito tirando fotos com você e soltando vários "ho ho ho" (sério).




Da casa dele você consegue mandar cartas para crianças do mundo inteiro direto do Polo Norte! Acho que eles cobram US$ 4 para dentro do país e US$ 14 para fora do país. 

Ficamos nesse passeio por 3h (somando ida e volta) e voltamos para Fairbanks. Não preciso falar que tava chovendo, NÉ. 

Fomos ao museu do gelo (US$ 15) e eu quase congelei real. A temperatura lá dentro era cerca de -15 C. O tempo do show é cerca de 1h e o foco são as esculturas de gelo, muito comuns na região. 




Depois disso fomos a um bar local e tomei uma cerveja Alasquiana (muito boa por sinal). 

Almoçamos e fomos para o Pioneer Park, onde tem vários chalezinhos originais da cidade dos anos 1900 e alguns museus (a maioria de graça) contando sobre a região e os esquimós. Aprendi muito! Andamos também no primeiro trem de lá, de 1895. Ele é bem velhinho então não aguenta muito. Ele dá a volta no parque e é isso, haha.

Algo muito especial foi que em um dos museus há a história do James Wickersham, um dos fundadores da cidade. Conversando com o rapaz do mini museu ele me disse que tava procurando um tradutor brasileiro para traduzir um papel explicando a história do Wickersham. BINGO! Eu sou tradutora (para quem não sabe) e vou fazer uma tradução voluntária para o parque. Isso foi demais para mim pois me sinto contribuindo diretamente para a história do Alasca, um lugar muito especial na minha trilha pelos Estados Unidos.




Hora de ir embora. Fomos ao aeroporto. Última chance de ver a aurora boreal. 

Olha... meus olhos são bem loucos e acho que nessa altura do campeonato você não sabe mais o que é verdade ou mentira.

A aurora tava muito ativa (de novo) mas o tempo tava tava bem nublado. Entre 22:00 e 23:00 eu fiquei fora do aeroporto olhando o céu (igual uma retardada). Eu vi sim umas cores diferentes. 

Depois do por do sol o céu não ficou como normalmente fica. Algumas nuvens estavam mais curvas e turvas que outras e mais azuladas para o horário. Era a aurora? Talvez era um resquício daquela safada. De qualquer modo agradeço o fato de ela estar ali, em algum lugar me dando oi de volta, e entrei no meu voo de volta para casa acreditando que vi um pouco dela e que nos encontraremos em outro momento, com mais clareza e que isso marcará outro momento importante da minha vida.

Segue abaixo uma comparação da minha foto com algumas outras da aurora boreal em dias nublados (OBS: lembrando que NÃO TIREI COM CÂMERA PROFISSIONAL, minhas fotos são todas tiradas com meu iPhone SE).

Foto tirada por mim com céu nublado e acinzentado, mas com tons diferentes de azul e um pouco esverdeado ao longe

Foto da internet de uma aurora boreal com cores vibrantes em verde e céu nublado

Foto da internet com uma aurora boreal mais azulada em um tempo nublado (mais parecido com o que eu vi)
E para utilidade dos caçadores de aurora, esse é o site do radar de aurora boreal que eu usei:



CONCLUSÕES: 
Me senti intrusa no Alasca. Senti que é um lugar muito diferente de todo o resto dos EUA. É um lugar que deveria ser só dele. Ainda é muito preservado e não descoberto, mas espero que continue assim. As cidades são pequenas (mesmo as grandes), não há muitas rodovias e os parques não tem tanto acesso ao público justamente pela preservação. 

Como disse antes, o Alasca é do Alasca e de seus mistérios e magia.

O que eu teria feito se tivesse mais tempo ou se não tivesse chovido tanto: algum passeio em geleira e mais trilhas (que só não fiz por conta da chuva/frio e da visibilidade).

Algumas pessoas ficam só em Fairbanks e no Denali, mas achei que a região ao redor de Anchorage vale a pena, e por isso alugamos carro lá, não em Fairbanks (mas na real, se vocês tiverem com bastante dinheiro e tempo, aluguem carro nos dois lugares).



Outra dica do que fazer na região de Fairbanks é ir para o Círculo do Ártico e para Chena Hot Springs. Na região de Anchorage o Alyeska Resort, o Chugach State Park e Seward também são lindos.

Ah! Eu quase não tirei fotos no Alasca. Por que? Eu não sei... não usei minha GoPro, não me preocupei em registrar tudo... Acho que foi um momento que tirei para mim e para me livrar de tudo o que nos cerca diariamente.



Quanto à Aurora Boreal: dei um breve oi pra um rabinho dela, ela se escondeu, mas ela não se encontra só no Alasca, então há a possibilidade de vê-la em vários lugares do mundo (e na Escandinávia a visibilidade é melhor).

Voltaria pro Alasca com certeza, mas com o objetivo de ficar mais tempo e conhecer mais a natureza do que a história já que nessa minha trip eu diria que foi 50/50.

É isso, pessoal! Se vocês forem pra lá, aproveitem a last frontier. E a respeitem. A natureza e sua história precisa ser respeitada. 

E quero deixar um último agradecimento à minha companheira nessa aventura, Mari, que me fez companhia e essa viagem ser mais especial! Happiness only real when shared. Nos veremos novamente em algum momento!



Em breve farei um post sobre Portland e Seattle. 🙂

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Valeu!

Foto para inspiração